Covid19- Infecções elevadas entre os profissionais da saúde na Guiné Bissau
A especialista em gestão clínica da Organização Mundial de Saúde (OMS) na Guiné-Bissau, Joana Cortez explicou durante o sexto e último seminário 'online' dedicado à reflexão sobre o impacto da covid-19 nos sistemas de saúde dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), a situação dos profissionais da saúde no país no que diz respeito ao Covid19. Segundo a mesma, são "176 casos confirmados de infeção em profissionais de saúde num país que tem pouco mais de 300 médicos e outros tantos enfermeiros".
"É uma situação caótica também pelas dificuldades que cria nesta massa crítica que são os profissionais de saúde", acrescentou a especialista, sublinhando o impacto desta "infeção muito elevada" dos profissionais de saúde na gestão, registo e monitorização dos doentes, declarou esta responsável.
Para Joana Cortez, "uma das grandes dificuldades é o fornecimento contínuo de oxigénio", e como sabido, o oxigénio é fundamental para o tratamento de doentes infectados pelo covid19.
Esta especialista disse ainda que esta semana chegou ao país uma equipa médica de emergência (pneumologistas e infecciologistas), que inclui médicos de Portugal e enviada pela OMS, para fortalecer a resposta. Infelizmente, as estruturas hospitalares do país, deixam muito a desejar, e como declarou esta especialista, "Na Guiné-Bissau, não temos uma verdadeira unidade de cuidados intensivos. Não temos ventiladores invasivos disponíveis a não ser os que estão nos blocos operatórios, que já são poucos, e temos poucos aparelhos de ventilação não invasiva, aos quais faltam muitas vezes acessórios".Perante este cenário, é bastante compreensível toda a preocupação a volta da Guiné Bissau, considerando ainda que o país tem 1.460 casos de infeção, incluindo 153 recuperados e 15 vítimas mortais. A Guiné Bissau é o país africano lusófono com o maior número de casos até agora.
Joana Cortez afirmou que, "testar, rastrear e isolar" os casos continua a ser "fundamental", adiantando que em Bissau existe já um padrão de transmissão comunitária, enquanto nas restantes regiões esta ainda é esporádica.
Data: 11-06-2020
Fonte: Lusa